Getting Realer
From dystopia themed parks to raw unedited footage and pictures posts on social media, people are finally finding beauty in real life, leading them to consume and produce content in a truthful way, without any edition or filters. What is interesting is that we already started using the internet and technology not to create a new persona to ourselves, portraying a happy life that doesn’t always exist, but to make content and give consumers and followers a real time streaming of our own experiences as we live them.
The hype is also helping the industry, deconstructing the concept of fake perfection of products and helping sellers to become better business owners and make their brands grow stronger. Inserting review boxes on online shops, for example, opens up a more upfront approach to the art of selling, giving the consumers more voice to say what they think of the merchandise they bought and helping others to make better decisions along the way.
This is also the result of a process that came with social media, that opened up the channels for more interactions, creating new necessities for brands and people to become more relevant with their exclusive content. With a more real material and with honest insights, came the obligation for faster development and responses, with real-time engagement tools to attend followers and consumers with their needs and questions. Apps and social media such as Instagram, Snapchat, Periscope and Facebook are big players, changing the way we learn and engage with each other; making each and every one of us content editors.
We’re living an era that artists like Banksy and Saint Hoax demystify and deconstruct the idea of fairy tales and fantasy using different medias – online and offline – to reach various types of audiences, using pop culture references to show the ugliness disguised behind the mask of perfection and consumption everywhere. This more accepting era is also embracing more natural aesthetics, with less editing and filters, which make people more interesting to larger audiences.
In 2015 we saw a lot of bloggers turn against the system and show themselves honestly, as they come, willing to live a more healthy and honest life, stating to their readers and followers that it’s okay not to have perfect skin, nor to have the latest trendy clothes and tech gadgets. It’s a time when the internet is shortening distance in a more honest way, where we can truly open ourselves to what’s happening at the moment and engage in every cultural-economic-social changes, using it as a tool to live a more active offline life than ever before and actually change politics. Finally, we have a voice.
After all the great changes the internet brought to our daily lives, virtual reality is becoming actual reality, offering us more experiences in entertainment, gaming and science; a new way to learn and absorb every kind of content we wish to know more about. It’s an exciting moment when we embrace our new socially savvy status to promote a more socially conscious life.
Publication: not published yet
Role: Writer & Editor
PORTUGUESE
Explicando misoginia e machismo no Dia da Mulher
Vamos falar de Kesha e de toda mulher que é obrigada a conviver cotidianamente com seu agressor. Vamos falar do double standard que somos obrigadas a engolir todos os dias com a discrepância sócio-cultural-monetária entre gêneros. Vamos falar também sobre mulheres machistas, que estimulam a cultura da violência chamando outras mulheres de vagabundas, e sobre héteros e gays que simplesmente propagam a misoginia porque acham que é legal odiar mulheres, tentando repreendê-las, colocando-as pra baixo e julgando-as todos os dias.
Recentemente fui fazer uma entrevista, na qual me fizeram a seguinte pergunta: “se você pudesse mudar a percepção de estrangeiros sobre o Brasil, qual seria o tópico que escolheria?”. Eu, como boa escorpiana com ascendente em peixes e lua em libra, demorei um pouco para refletir sobre o assunto, mas me dei conta que um dos tópicos mais urgentes seria falar sobre nossas mulheres e a visão objetificada que as pessoas de fora têm da mulher brasileira. Mas tá aí: são só as pessoas de fora? I don’t think so.
Quando o tema Feminismo entrou realmente em pauta nas redes sociais e na grande mídia (sim, aquele que você acha que a gente tá sempre “problematizando”, enquanto, na verdade, estamos tentando te educar), eu escrevi um texto sobre como me sentia, principalmente quanto aos relacionamentos heterossexuais, que são, sociologicamente falando, naturalmente desiguais, simplesmente pela cultura do machismo na qual crescemos e fomos criados até hoje. “Sexo frágil”, eles nos denominaram, simplesmente para, com as palavras, exercerem poder psicológico sobre nós e nos controlarmos.
Ai você, homem cis, que foi criado para perpetuar o machismo e reproduzir discursos e ações lamentáveis, se pergunta: porque raios temos que celebrar o Dia Internacional da Mulher? Deixa eu explicar com um exemplo, se você ainda não entendeu:
Mês passado, durante a festa de aniversário de um grande amigo, um dos amigos dele se aproximou de mim e fez uma revelação (na verdade algumas) que me deixou com a pior sensação que já senti na vida. Essa pessoa é – geralmente – antipática, racista e misógina, mas como é amigo de amigos meus, sempre tentei manter distância como pude, sem falar nada. Naquela noite, ele me disse que durante um show da Valesca, no qual fomos (separadamente, mas nos encontramos) há poucas semanas, ele me viu rebolando (oi, era funk?), então ele bateu na minha bunda com força algumas vezes. Talvez, por estar tão feliz no show da Popozuda (sou popofã, uai), eu não senti e continuei de boas dançando e cantando, mas o namorado dele (mais sensato) o disse que ele havia sido inconveniente, pois “nem éramos amigos para isto”, portanto ele veio “pedir desculpas“. Antes das desculpas, entretanto, ele disse que queria confirmar comigo se ele estava realmente errado, pois, “já que eu estava rebolando, deveria ‘estar pedindo para apanhar, certo?'”.
Quando aquilo saiu da boca dele, um buraco no meu estômago se abriu por muitos motivos:
- Ele estava realmente falando sério. Ele realmente acreditava que isso era verdade, que isso era o que toda mulher que está dançando QUER (naquela linha de pensamento bem burra de que toda mulher que usa roupa curta tá pedindo para ser estuprada, ou para sofrer agressões verbais);
- Aquilo aconteceu comigo e eu não notei. Quantas mulheres não devem sofrer abuso no dia a dia e não percebem, ou demoram pra assimilar que aquele comportamento é completamente errado?;
- Ele, como um homem gay, se colocou numa posição opressora, como se tivesse direito sobre o corpo de uma mulher (que ele mal conhecia, btw), porque achou que já que ela estava dançando de um jeito X, ela estava pedindo para A-P-A-N-H-A-R.
Que ano é hoje mesmo? Até quando seremos obrigadas a conviver com esse perpétuo pensamento de que “se a mulher está usando roupa curta, está pedindo para ser molestada”? Até quando vamos forçar nossas mulheres a sofrerem com assédio moral todos os dias por conta de quebras contratuais, sendo que outras pessoas, apenas por terem nascido homens, têm o direito de abandonar o trabalho porque querem e não porque foram vítimas de abuso sexual? Até quando vamos falar do “ABSURDO, OMG” que é uma mulher usar roupa curta no dia a dia, perpetuando a ideia de que ela está errada/está procurando chamar atenção de macho/é “vagabunda”? Até quando vamos criar nossos filhos dizendo que, só porque eles nasceram com um pênis, têm direito de serem opressores, ou porque sua filha é mulher, tem que se submeter às regras masculinas? Até quando vamos achar que feminismo é um movimento anti homens, quando, na verdade, é totalmente em busca da igualdade entre os sexos? Até quando vamos diminuir o gay afeminado, simplesmente pelos trejeitos femininos dele? Até quando ser mulher vai ofender TANTO o ego alheio? Só queria saber até quando eu e milhões de mulheres (cis e trans, não podemos esquecer) teremos que ter medo de sair sozinhas por aí, simplesmente porque não é seguro assumir nosso gênero com orgulho.
Pra você que precisava saber o porquê de termos um dia, esta é a real: pra te fazer refletir que aquela sua miga, mana, mãe, avó, tia e filha são fortalezas a serem respeitadas e reconhecidas, não só hoje – 08/03, mas todos os dias.

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Role: Writer & Editor